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A mostrar mensagens de fevereiro, 2018

O tamanho dos afetos

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Nunca fui uma rapariga magra. Nem mesmo em criança. Se alguma vez pesei 50 kg deve ter sido algures na pré-adolescência o que significa que não era um bom peso. Poucos gozaram comigo por ser gordinha, porque eu era a primeira a fazê-lo. “Qualquer dia ponho manteiga nas ancas para deslizar melhor quando passar nas portas”, dizia eu. E era gargalhada geral. Assim, defendia-me de qualquer comentário mais agreste e fazia-me sentir aceite. Porém, não dei conta que esta defesa fez crescer em mim, ao longo dos anos, um muro com grafiti gigantesco a dizer: Nasci gorda, hei-de morrer gorda. Mas ninguém gosta de ser gordo.  Ninguém pode dizer que é feliz com mais 20 kg.   Por muito que queiramos esquecer, esses quilos pesam-nos a mais, no corpo e na alma. Nas escadas que nos tiram a respiração, nas brincadeiras que não conseguimos terminar com os filhos, nos valores descontrolados das análises clínicas. Depois...nas roupas que não conseguimos apertar, no espelho que se torna o nosso p